A Profª. Vânia Calado, Supervisora do Estágio Supervisionado Básico I, aceitou o convite de apresentar no SIEPEX de 2010, que acontecerá em junho, sua dissertação de mestrado.
A defesa acontecerá no dia 21 de maio, às 10 horas, no Instituto de Psicologia da USP. Abaixo está o título, o resumo e a banca examinadora.
Título: Escolarização, gênero e conflito com a lei: um estudo de registros de atendimento a adolescentes em medida socioeducativa.
Nome do Orientador: Marilene Proença Rebello de Souza - Professora Assistente Doutora do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo
Banca
Sérgio Fernandes Senna Pires -
Câmara dos Deputados FEDERAL, Brasil/Laboratório de Pesquisa da UNB
Maria de Fátima Araújo -
Universidade Estadual Paulista/Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UNESP de Assis
RESUMO CALADO, Vânia Aparecida.
Escolarização, gênero e conflito com a lei: um estudo de registros de atendimento a adolescentes em medida socioeducativa. 2010. 219 f. Dissertação (Mestrado) – Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo. São Paulo, 2010.
Tendo como base a abordagem crítica em Psicologia Escolar, esta pesquisa tem como objetivos: compreender as relações estabelecidas entre adolescentes e escola que produzam atos de indisciplina que culminam no cumprimento de medidas socioeducativas em meio aberto, bem como identificar a presença das questões de gênero estabelecidas nas relações entre adolescentes e escola que culminam no cumprimento das medidas citadas. O método de pesquisa é o de estudo de caso, de caráter documental, realizado em município da Grande São Paulo, a partir de análise de pastas técnicas de adolescentes que cumpriram medida socioeducativa em meio aberto, de 2000 a 2007. Na primeira etapa, pesquisamos 629 pastas técnicas de adolescentes na faixa etária dos 12 a 19 anos, com o seguinte perfil: 91,6% meninos e 8,4% meninas; 68,5% com 15-17 anos; 65% das meninas e 52% dos meninos estudavam; 60% cursavam entre a 5a e a 8a série do Ensino Fundamental; proporcionalmente as meninas apresentam maior escolaridade. As meninas são identificadas nas pastas técnicas como aquelas que cometeram mais furto (25%) e agressão (22%), e os meninos como aqueles que realizaram mais roubo (37%) e furto (19%). Dezenove pastas técnicas referem-se a adolescentes que cometerem ato infracional na escola, predominantemente a agressão. Na etapa qualitativa, selecionamos cinco pastas técnicas para análise. Constatamos que os atendimentos aos adolescentes que cumprem a medida socioeducativa apresentam foco individual, sem resgate da trajetória escolar e do que os levou a cometer o delito, sem ações em parceria com a escola. Consideramos que essas práticas e discursos culpabilizam e tornam mais crônica a situação vivenciada por esses adolescentes. É necessário realizar ações que promovam o protagonismo juvenil, possibilitando a expressão, ressignificação e construção de novas práticas ancoradas na autonomia e no compromisso mútuo entre instituições educativas e seus participantes, na direção da superação da complexa rede de relações que produzem fracasso escolar, violência na escola e cumprimento de medida socioeducativa.
Palavras-chave: Psicologia escolar. Adolescente em conflito com a lei. Fracasso escolar. Medidas socioeducativas. Gênero. Estatuto da Criança e do Adolescente. Ensino Fundamental.